
Respirar bem é algo que a gente só valoriza de verdade quando começa a ter dificuldade. Nariz entupido, sono ruim, boca seca ao acordar… Muitas vezes esses sintomas são colocados na conta de uma “gripe mal curada” ou de “alergia que vem e vai”. Mas, quando o problema persiste, pode estar relacionado a alterações anatômicas ou funcionais dentro do nariz, e uma das mais comuns é a hipertrofia dos cornetos nasais.
Os cornetos são pequenas estruturas dentro do nariz que têm um papel muito maior do que se imagina. Quando aumentam de tamanho, ocupam mais espaço do que deveriam e dificultam a passagem de ar, como se uma porta estivesse sempre entreaberta, impedindo que você respire livremente.
Entender como isso acontece e quais são as opções para corrigir o problema é fundamental para recuperar o bem-estar e a qualidade de vida.
O que são os cornetos nasais e qual sua função?
Os cornetos nasais, também chamados de conchas nasais, são estruturas ósseas cobertas por uma mucosa cheia de vasos sanguíneos, localizadas nas paredes internas do nariz. Existem três de cada lado: o corneto inferior, o médio e o superior. Entre eles, o inferior é o que mais influencia na passagem de ar, já que ocupa uma posição estratégica, próxima à entrada do nariz.
A função principal dos cornetos é condicionar o ar antes que ele siga para os pulmões. Isso significa aquecer o ar frio, umidificar o ar seco e filtrar partículas de poeira, poluição ou micro-organismos.
É um sistema inteligente: os vasos sanguíneos da mucosa dos cornetos podem se dilatar ou contrair para regular a quantidade de ar que passa, adaptando-se a diferentes ambientes. Por isso, quando algo dá errado nesse mecanismo, os sintomas respiratórios aparecem rapidamente.
O que é a hipertrofia dos cornetos nasais?
A hipertrofia é, basicamente, o aumento de volume dos cornetos. Isso pode ocorrer de forma passageira, como em um resfriado ou durante uma crise de alergia, quando o nariz incha e fica entupido. O problema é quando esse aumento se torna crônico, fazendo com que o nariz esteja sempre parcialmente ou totalmente bloqueado, sem melhora espontânea.
Na hipertrofia crônica, a mucosa dos cornetos fica constantemente inflamada e espessa, e, em alguns casos, até o osso pode aumentar de tamanho. Isso cria uma barreira para a passagem de ar, obrigando a pessoa a respirar pela boca. Com o tempo, isso leva a uma série de outros desconfortos, como dores de cabeça, mau hálito, roncos e cansaço.
Causas mais comuns da hipertrofia
Uma das causas mais frequentes é a rinite alérgica, em que a mucosa do nariz reage a estímulos como poeira, pólen, pelos de animais e mofo. O contato com o agente alergênico desencadeia inflamação e inchaço, e quando isso acontece repetidamente, o corneto pode permanecer aumentado.
Outro fator é o desvio de septo, que faz o ar passar de forma desigual pelos dois lados do nariz. O organismo, para tentar equilibrar o fluxo, aumenta o volume do corneto do lado mais livre, num processo chamado hipertrofia compensatória.
Além disso, infecções repetitivas, exposição prolongada a poluentes e até o uso excessivo de descongestionantes nasais podem gerar ou agravar a hipertrofia. No caso dos descongestionantes, o uso contínuo causa um efeito rebote: o nariz desincha temporariamente, mas logo incha de novo, e cada vez mais.
Sintomas e impacto na qualidade de vida
O sintoma mais marcante é a obstrução nasal persistente, que pode variar de um incômodo leve até a sensação de que o ar quase não passa. Esse entupimento costuma piorar à noite ou ao deitar, prejudicando o sono e fazendo com que a pessoa acorde cansada.
Com o tempo, outros problemas se acumulam: respiração pela boca, ressecamento da garganta, roncos e até apneia do sono, quando há pausas na respiração durante a noite.
Outro ponto de atenção é que a falta de passagem adequada de ar reduz a capacidade de sentir cheiros, prejudicando também o paladar. Tudo isso afeta a disposição, o humor e a concentração, mostrando que o impacto vai muito além do simples “nariz entupido”.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico começa com a avaliação de um otorrinolaringologista, que vai ouvir os sintomas e examinar o nariz. Muitas vezes, o médico utiliza a endoscopia nasal, um exame rápido e praticamente indolor, feito no consultório. Uma pequena câmera mostra em detalhes a anatomia interna do nariz, permitindo confirmar se os cornetos estão aumentados.
Em alguns casos, exames de imagem como a tomografia computadorizada podem ser solicitados. Eles ajudam a identificar a extensão da hipertrofia e a presença de outras alterações associadas, como o desvio de septo ou sinusite crônica.
Quanto mais preciso for o diagnóstico, mais adequado será o tratamento escolhido.
Quais os tratamentos disponíveis para hipertrofia dos cornetos nasais?
O tratamento para a hipertrofia dos cornetos nasais varia conforme a intensidade dos sintomas e a causa do problema. Nas fases iniciais ou quando o aumento dos cornetos está associado a alergias, por exemplo, o foco é no tratamento clínico.
Isso inclui o uso de medicamentos para controlar a inflamação, como corticosteroides em spray nasal, anti-histamínicos para alergia e descongestionantes por curto período. Além disso, a lavagem nasal com soro fisiológico é recomendada para manter o nariz limpo e ajudar a reduzir o inchaço da mucosa.
Quando os sintomas persistem mesmo após o tratamento clínico, ou quando a hipertrofia está muito acentuada, a cirurgia pode ser indicada.
Cirurgia para hipertrofia dos cornetos nasais
Nos casos em que as opções menos invasivas não trazem alívio suficiente, a cirurgia é uma alternativa eficaz e segura. O procedimento mais comum é chamado turbinoplastia ou turbinectomia, que consiste em reduzir o volume dos cornetos nasais, retirando parte do tecido ósseo e mucoso responsável pelo aumento.
Essa cirurgia costuma ser feita sob anestesia geral e busca equilibrar a melhora da passagem de ar com a preservação da função dos cornetos.
A turbinoplastia é realizada com técnicas modernas que minimizam o desconforto pós-operatório e aceleram a recuperação. Embora o nariz possa ficar inchado e com algum incômodo nos primeiros dias, a maioria das pessoas volta às atividades normais em cerca de uma semana.
O acompanhamento médico no pós-operatório é fundamental para garantir uma boa cicatrização, evitar infecções e obter o melhor resultado possível.
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Sou médico otorrinolaringologista, especialista em cirurgia cérvico-facial, e realizo cirurgias estéticas em Belo Horizonte.
Rinoplastia, turbinoplastia, septoplastia, condrolaringoplastia e blefaroplastia são alguns dos procedimentos que realizo. Para agendar sua consulta, clique no link abaixo.
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